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A TÃO ESPERADA SEMANA SANTA

 

Há quanto tempo não tínhamos em Paraty uma Semana Santa assim, com a chance de participarmos ativamente das missas, procissões e celebrações que envolvem o grande mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo? Depois de dois anos de pandemia e recente enchente que deixou marcas profundas, era tudo que precisávamos: estar diariamente junto aos irmãos na Igreja Matriz, durante esta que é a chamada a Semana Maior da nossa fé.

E foram dias intensos de encontro, partilha e oração.

A missa do Domingo de Ramos, que abriu a Semana, foi capaz de espantar para longe todo medo e tristeza. Jesus entrava triunfalmente em Jerusalém ao som de Hosana Hei, Hosana Ha confirmando seu amor inabalável, mesmo em meio a falsidades e traições. Uma rápida procissão, uma missa de lavar a alma e pronto! Já estávamos unidos a Jesus para com ele viver sua dor e mais adiante ressuscitar.

Na terça-feira, a Procissão do Encontro não pôde ser por causa da chuva, mas quem diz que perdeu seu vigor, mesmo encenada no interior da Igreja Matriz? O Senhor dos Passos diante da Senhora das Dores nos mostrava o caminho a percorrer para manter acesa nossa fé.

Quarta-feira foi noite do Ofício de Trevas e reflexão nos preparando para os últimos dias do Senhor.

A quinta-feira com a Última Ceia, trouxe um dos momentos de maior beleza: a mesa, os apóstolos, a instituição da Eucaristia e o surgimento do sacerdócio. Padre Roberto, paramentado com a veste da sua ordenação, da Ordem do Sagrado Coração de Jesus, agradecia a Deus por sua vida e missão. A vigília Eucarística veio na continuidade da noite. Mas a procissão do fogaréu tão aguardada, limitou-se ao interior da igreja, pela chuva que caiai lá fora.

Sexta-feira chegou com o dia da morte anunciada, numa igreja com pouca luz, em clima de consternação. À tarde, a Adoração da Cruz levou centenas de devotos à igreja. Ficou para a noite a representação do descendimento da cruz e a procissão do Senhor morto. Esta sim, pôde ser realizada numa bela noite de lua cheia. Quantas orações, pedidos de perdão e socorro a um Deus que é sempre cheio de misericórdia... Por fim o beija-mão envolveu toda multidão de fiéis presentes na igreja.

Sábado transcorreu no silêncio para dar passagem a noite da Vigília Pascal com a esperada Ressurreição. Da escuridão para a festa das luzes, indicando a volta da alegria, do brilho e fulgor. Temos então todos os motivos para comemorar, Jesus está vivo, ele reina, ele é Deus e Senhor!

Foi uma missa extensa, dividida em quatro partes, com batismo de alguns jovens da Catequese que deram seu sim ao seguimento a Jesus. Na hora do Pai Nosso, um gesto trouxe emoção a igreja lotada, Padre Roberto lançou o convite já muito retido na memória: Vamos nos dar as mãos? - lembrando que somos todos iguais, todos irmãos. Inesquecível! O pipocar dos sinos, a imagem de Cristo ressuscitado, a alegria dos jovens festejando e pulando pelos corredores da igreja foram destaque nesta noite de Vigília. Tudo porque Cristo ressuscitou, aleluia!

Depois, no domingo de Páscoa, o domingo dos domingos, Nossa Senhora das Dores, agora da Glória, recebeu das crianças a coroa de rainha do céu e da terra, tal e qual destacamos no santo rosário. No encerramento da missa foi feita a entrega pelo festeiro do Divino, dos estandartes para as comunidades, já anunciando que muito em breve, depois de quarenta dias, teremos outro grande evento: vem aí a festa do Divino Espírito Santo! O mastro já foi erguido, nossos corações se aquecem. Deus queira que possamos estar reunidos outra vez... Até lá!

 

Texto: Mara Bernardes

 

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