OFÍCIO DE TREVAS
O ofício de Trevas é marcado pelo clima de introspecção. A igreja é mantida quase que às escuras, e a única iluminação vem de quinze velas colocadas sobre o altar. Ao longo da celebração são cantados quatorze salmos da Bíblia e a cada um rezado, uma vela é apagada. Ao final, somente a vela que fica no vértice do candelabro é mantida acesa, e é levada para a parte de trás do altar. A escuridão simboliza a condição do ser humano, diante de Jesus, que se faz luz. “Nós nos colocamos como pecadores, diante daquele que é a luz que salva.” No final do ofício é costume fechar os livros com força exagerada. Segundo o Goffiné," remata o oficio um rumor confuso, que lembra o tropel e queda tumultuosa da corte, que, guiada por Judas, veio alta noite aprisionar a divino Salvador no Horto das Oliveiras”. Já para outros, o barulho no final do ofício significa o terremoto que acompanhou a morte de Jesus, ou então a destruição de Jerusalém. |