"Quero
ficar junto à cruz, velar contigo a Jesus e o teu pranto
enxugar!"
Assim, a Igreja reza a Maria neste
dia, pois celebramos sua compaixão, piedade; suas sete
dores cujo ponto mais alto se deu no momento da
crucifixão de Jesus. Esta devoção deve-se muito à missão
dos Servitas – religiosos da Companhia de Maria Dolorosa
– e sua entrada na Liturgia aconteceu pelo Papa Bento
XIII.
A devoção a Nossa Senhora das
Dores possui fundamentos bíblicos, pois é na Palavra de
Deus que encontramos as sete dores de Maria: o velho
Simeão, que profetiza a lança que transpassaria (de dor)
o seu Coração Imaculado; a fuga para o Egito; a perda do
Menino Jesus; a Paixão do Senhor; crucifixão, morte e
sepultura de Jesus Cristo.
Nós, como Igreja, não recordamos as
dores de Nossa Senhora somente pelo sofrimento em si,
mas sim, porque também, pelas dores oferecidas, a
Santíssima Virgem participou ativamente da Redenção de
Cristo. Desta forma, Maria, imagem da Igreja, está nos
apontando para uma Nova Vida, que não significa ausência
de sofrimentos, mas sim, oblação de si para uma
civilização do Amor.
A festa de hoje liga-se a uma antiga tradição cristã.
Contam que na sexta-feira da paixão Maria Santíssima
voltou a se encontrar com Jesus, seu filho. Foi um
encontro triste e muito doloroso, pois Jesus havia sido
açoitado, torturado e exposto à humilhação pública.
Coroado de espinhos, Jesus arrastava até ao Calvário a
pesada cruz, para lá ser crucificado. As entranhas de
Maria se compungem de dor. Perde as forças e cai por
terra, vergada pela dor e pelo sofrimento de ver Jesus
prestes a morrer suspenso na cruz. Recobrando os
sentidos, reúne todas as suas forças, acompanha o filho
e permanece ao pé da cruz até o fim. Inicialmente esta
festa foi celebrada com o título de Nossa Senhora da
Piedade e A Compaixão de Nossa Senhora. Depois, Bento
XIII (1724-1730) promulgou a festa com o título de Nossa
Senhora das Dores. Somos convidados hoje a meditar os
episódios mais importantes que os evangelhos nos
apresentam sobre a participação de Maria na paixão,
morte e ressurreição de Jesus: a profecia do velho
Simeão (Lucas 2,33ss.); a fuga para o Egito (Mateus
2,13ss.); a perda de Jesus aos doze anos, em Jerusalém
(Lucas 2,41ss.); o caminho de Jesus para o Calvário
(João 19:12ss.); a crucificação (João 19,17ss.); a
deposição da cruz e o sepultamento (Lucas 23,50ss.)
Oração Prece da presença que conforta ?Virgem Mãe tão
santa e pura, vendo eu tua amargura, posso contigo
chorar. Que do Cristo eu traga a morte, sua paixão me
conforte, sua cruz possa abraçar! Em sangue as chagas me
lavem e no meu peito se gravem, para não mais se apagar.
No julgamento consegue que às chamas não seja entregue
quem soube em ti se abrigar. Que a santa cruz me
proteja, que eu vença a dura peleja, possa do mal
triunfar! Vindo, ó Jesus, minha hora, por essas dores de
agora, no céu mereça um lugar?
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