“Houve uma grande batalha: Miguel
e seus anjos lutaram contra o Dragão. O Dragão também lutou, junto com
seus anjos, mas foram derrotados, e não houve mais lugar para eles no
céu (Apocalipse, 12, 7-8)”.
Quem como Deus = Miguel
“Deus criou as coisas materiais e espirituais. O diabo e os outros
espíritos malignos foram criados bons por Deus, porém tornaram-se maus
por si mesmos (IV Concílio Ecumênico de Latrão – 1.215)”.
Antes de ter criado o homem, Deus criou os Santos Espíritos, os
Espíritos Puros, isto é, não compostos de matéria, embora por vontade
divina, possam às vezes apresentar-se aos homens sob formas corporais:
“Deus, desde o princípio do
tempo, criou do nada duas espécies de seres: os Espirituais e os
Corporais, isto é, os Anjos e o Mundo; e, depois, criou o Homem, sendo
constituído de corpo e espírito, que é comum a ambos os seres (IV –
Concílio Latrão – 1215)”.
As Sagradas Escrituras falam-nos de anjos agrupados em 9 coros, a saber:
Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Potestades, Virtudes,
Principados, Arcanjos e os Anjos, que por sua vez, constituem três
hierarquias. A primeira hierarquia, os Serafins, Querubins e Tronos, têm
por missão o serviço principal perante o Trono de Deus; a segunda
hierarquia: Dominações, Potestades e Virtudes que têm por missão o
serviço no espaço da Criação; e a terceira hierarquia: Principados,
Arcanjos e Anjos, que têm por missão o serviço junto à humanidade na
terra.
Deus exalta os humildes e
resiste aos soberbos
Quando Lúcifer, arrogante
e presunçoso se levanta contra Deus, Deus cria o inferno e nele são
precipitados por Miguel, Lúcifer e todos os Anjos rebeldes.
Dizem as Santas
Escrituras, quer no Antigo Testamento, quer no Novo Testamento, que o
Arcanjo São Miguel foi sempre muito amado e venerado pelo povo de Deus.
O Senhor o constituiu guarda e protetor da nação israelita, como se lê
no Profeta Daniel: “Surgirá
Miguel, o Grande Príncipe, que guardará o teu povo (Daniel 12, 1)”.
São Miguel Arcanjo é honrado e invocado como guarda e protetor da Igreja
e como guardião dos agonizantes pois é ele quem leva as almas dos que
deixam este mundo, junto do Trono de Deus para o julgamento. A Igreja
invoca-o como advogado de defesa na vida e na hora da morte.
As
Aparições de São Miguel Arcanjo
São João Evangelista,
quando chegou à região de Colossos, fui muito bem recebido em sua
pregação e vários abraçaram a fé. Nas suas exortações. São João falou
sobre os anjos e anunciou-lhes que o Príncipe das Milícias Angélicas, o
grande São Miguel, os tomaria debaixo de sua proteção e que, às portas
da cidade. brotaria uma fonte, onde os doentes, com o sinal da cruz e a
invocação do Arcanjo São Miguel, encontrariam a cura de todos os males
do corpo e da alma. A fonte apareceu e espalhou-se esse acontecimento
por toda a região.
São Miguel apareceu a um
rico cidadão da região da Frigia, que tinha uma única filha, que era
muda, e disse-lhe em sonho:
“Conduze a tua filha à fonte dos cristãos e crê na onipotência do seu
Deus, que tua fé será recompensada”. Cheio de esperança,
pai e filha foram à fonte e lá perguntaram aos cristãos o que deveriam
fazer. Eles disseram: “É em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e
pela intercessão de São Miguel que nós usamos desta água”. Assim fizeram
e, no mesmo instante a menina começou a falar, despertando em ambos um
crescer da fé. Pediram o Batismo e em gratidão o homem mandou construir
junto à fonte uma igreja.
Os sacerdotes dos ídolos,
obstinados nos seus erros, resolveram destruir o santuário. Junto deste,
passavam dois rios que eram contidos por diques. Numa noite ouviu-se um
forte barulho das águas. Os pagãos tinham destruído os diques e
brevemente o santuário ficaria submerso. O eremita, guardião do
santuário, ao ver o que se passava, gritou: “Senhor, a Vossa
Onipotência clamamos”. Enquanto ele rezava, ouviu-se uma voz
vinda do céu. Era São Miguel que descia para desarmar o furor de
satanás. Disse ele ao guardião do santuário: “Não temais, o
inferno não pode nada contra nós”.
Assim, as águas
foram controladas, a terra tremeu e engoliu o grande turbilhão das
águas.
As liturgias da Igreja
Oriental comemoraram este acontecimento com missões e ofícios próprios
no dia 6 de setembro. |